Tornamo-nos fragmentados quando os nossos corpos estão em desarmonia. Partes internas diferentes puxam-nos para direcções diferentes e os conflitos internos instalam-se. De repente tudo se torna turvo, difuso e confuso.
A separação interna, o desiquilibrio emocional e a fuga à dor entranham-se no corpo. Torna-se difícil tomar decisões e ficamos presos em diversas áreas. A vida estagna e de repente já não estamos no fluir. Entramos num inverno interno e há que recolher para sanar e equilibrar. Tal como as estações da natureza, também nós passamos por diversos estados.
E é muito importante escutarmo-nos e doar-nos aquilo que estamos a precisar. O caminho da cura não é linear. Pois tudo o que vivenciamos fica registado no corpo e na alma muitas vezes a níveis tão profundos que precisamos de olhar a ferida de diversas formas...
É preciso coragem para abraçar a dor.
É preciso valentia para sair da formatação da vítima. Voltar a unir as partes internas e voltar ao equilíbrio requer abraçar-nos sem julgamentos e ter maturidade para aceitar que os traumas que vivemos fazem parte das aprendizagens da alma. Fazem parte da evolução pessoal, é por isso extremamente importante o auto conhecimento. Conhecer quem somos, saber o que precisamos a cada momento e reconhecer as vozes internas destrutivas dá-nos ferramentas para conseguir sair do processo da separação e voltar a ser união.
Há que honrar cada momento e reconhecer que tudo é cíclico. Em breve o inverno dará lugar à primavera e voltaremos a florir.
Mónica Lopes
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