A mulher em ruínas
- sussurrodaalma
- 16 de jun.
- 1 min de leitura
Escombros de ruínas e dor habitam a minha essência...
O pó...
O vazio...
A escuridão...
O suor na exaustão de tanto lutar...
E a dor que quero esquecer, traz somente um vazio.
Sobrevivi... mas deixei partes minhas pelo caminho...
Preciso reconstruir, mesmo sentindo o desamparo...
"Fui esquecida?..." - Divago eu...
"Ou será que me esqueci de mim?"
É necessário voltar às origens...
Torno-me guardiã apenas do essencial, pois a dor do mundo já a conheço...
Exausta.
Sofrida.
Danço a dor...
Acolho as lágrimas que me percorrem a alma...
Preciso sentir e permitir-me a parar de fugir..
Habita em mim as ruínas do que fui...
Sustentada pela dor, rendo-me!
Caminho com o coração nas mãos...
E transformo o pó em Altar.
Pois uma nova Mulher se ergue!
Sou feita de cinzas sagradas!
Ergo o meu Templo Interior!
E ali no meio do deserto árido, surgem as primeiras flores...
Honro e reverêncio os escombros.
Reconstruo a partir da verdade nua da dor e não preciso fingir ser forte... Não tenho de o ser...
Permito-me a ser vulnerável...
Permito-me a perder tudo uma e outra vez...
Deixei de ter medo do fim... porque sei que o fim é ilusório e no fundo do abismo, há apenas verdade.
Já estive sem chão, mas foi nesse lugar que aprendi a escutar a alma.
É a minha força silenciosa, que me sustenta!
E as cicatrizes da minha alma, contam a minha história...
Sou a Mulher em ruínas, mas cá dentro ergue-se um novo e belo Templo.
Mónica Lopes
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