Que eu seja sempre gentil nas minhas metamorfoses.
Que me permita soltar o que pesa e não faz falta.
Que me permita receber e honrar o novo.
A metamorfose é um lugar dorido e sofrido. Aprendemos isso com a natureza ..
É um processo visceral e às vezes cruel.
Imagino a dor da serpente quando liberta a pele. É doloroso perder a identidade.
De repente já não sou mais a mesma.
Quem sou eu nesta nova pele?
Envolvo-me num novo Eu com curiosidade e a sabedoria de vidas.
Numa só vida, fui imensas...
Sou uma continuidade em plena transmutação.
Estar consciente durante todo o processo é poderoso a nível de auto-conhecimento.
Dificilmente me mostro vulnerável, a guerreira e a perfeccionista são máscaras muito presentes. Mas já não quero saber... já não quero carregar nas vísceras, o que me impede de ser humana.
A sensibilidade sempre fez parte de quem sou. Quero por isso com humildade aceitar a minha imperfeição da mesma forma que a acolho nos outros. Quero amar cada traço meu com generosidade e compaixão. Quero sentir-me bem na minha pele. Sustentando espaço para a vida que habita o meu Ser.
Que eu seja consistente para comigo, amparando-me e nutrindo sempre que necessário. Que jamais me volte a perder de mim.
Em amor,
Mónica Lopes
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