A mudança de estações também é um processo interno...
A necessidade de acolhimento, de resguardo...
Caminho o inverno da alma...
Desnundando-me de processos viscerais...
O caminho é gélido e triste...
Morri inúmeras vezes em vida.
Morro hoje de novo...
As camadas vão lentamente sendo largadas... Nua de mim, acolho cada emoção e sensação... Tento não me julgar...
É um parir de algo novo...
A cada morte minha, algo diferente se ergue...
A humildade tem uma beleza magestosa, mas muitas vezes é acompanhada pela dor. E sinto-me tão pequena...
Neste inverno antecipado na minha alma, vejo a minha fragilidade e como ela suavemente invade o meu coração.
Desta vez permito-me a vulnerabilidade, torno-me água... Gentilmente cuido de mim.
Tudo faz parte... Morte e renascimento, são processos que nos permitem parir um novo Eu.
Mónica Lopes
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